O viés moral
Em princípio, a moralidade é para prover a coesão social, como um conjunto de regras que serve para orientar o comportamento coletivo, independente do verniz político da sociedade.
A sociedade brasileira, por força da colonização europeia, se vergou à Moral Cristã. Das mensagens da Cruz dos Templários ao crivo dos interesses dos Reis Católicos de Espanha e de Portugal, nossos desejos e nossas vontades foram profundamente influenciados pelos princípios do Cristianismo. Com a institucionalização da Religião Cristã, nascida da destruição e imposição de valores, fomos submetidos ao império das epístolas, plasmado pela Igreja Católica.
Submersa a essas exigências, a Escola se dobrou moralmente ao que veio dos Dez Mandamentos, nos impondo a concepção de Bem e Mal, o que deve ou não deve ser virtuoso, o Pecado e o Sacrifício necessário para se alcançar a Salvação.
Ser virtuosa, por exemplo, passou a ser a Escola que “intuísse” comportamento obediente às crianças e jovens em todo o processo de Ensino e Aprendizagem. Para isso, bastaria que os mecanismos da Escola formal fossem aceitos e seguidos como dogmas a serviço de um modelo social desejável pela cristandade.
Nessa perspectiva, a Reprovação Escolar jamais foi considerada, também, um indicador político, social ou econômico, pois reprovar seguiu o critério de valor moral, onde o retido no processo de Ensino e Aprendizagem passou a ser visto como praticante do Mal e desprovido de atitudes virtuosas. Eis a razão pela qual é tão difícil a reprovação ser eliminada do ambiente educativo formal, ainda que esse mesmo ambiente se proponha a ajudar na coesão social.
Então, a Escola como meio que propicia e os professores que executam a Reprovação não atentam para os prejuízos econômicos que ela causa, não se espantam com a distorção social que ela cria, sequer se inquietam com os distúrbios individuais que ela venha a provocar.
Nossa Escola, portanto, sempre autuou para garantir a inviolabilidade da Moral Cristã, agasalhando os que “praticam o Bem” e cultivam as “Virtudes Batizadas”, e com “indiferença pagã" fervorosa, joga ao inferno os que prescindem desses mesmos valores.
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