Evidências apontam: smartphones e redes sociais deformam o ambiente escolar e produzem apatia, depressão e dessocialização em crianças e adolescentes. Contra a pressão das Big Techs, e por outro projeto educacional, é preciso suprimi-los
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Por Jonathan Haidt, em After Babel | Tradução: Antonio Martins
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O psicólogo social Jonathan Haidt, autor deste texto, acaba de lançar Thes Anxious Generation [“A geração ansiosa”], que sairá no Brasil em setembro, pela Companhia das Letras. Haidt mantém o site After Babel, onde aprofunda, em escritos frequentes, o estudo sobre como as redes sociais descaracterizam a escola e corroem a democracia. O artigo a seguir foi publicado originalmente lá.
Em maio de 2019, fui convidado para dar uma palestra na minha antiga escola em Nova York. Antes da palestra, encontrei-me com o diretor e os principais coordenadores. Ouvi-os dizer que a escola, como a maioria das instituições de ensino secundárias dos EUA, lutava contra um grande e recente aumento de doenças mentais entre os alunos. Os diagnósticos iniciais eram depressão e transtornos de ansiedade, com taxas crescentes de automutilação; as meninas eram particularmente vulneráveis. Disseram-me que os problemas de saúde mental surgiram quando os alunos chegaram ao nono ano: ao sair do ensino fundmental [middle school], muitos alunos já estavam ansiosos e deprimidos. Muitos também já eram viciados em celulares.