
Imagem: Nirjon Nakib
ANTONIO SIMPLICIO DE ALMEIDA NETO
É preciso, com urgência, considerar a negligência com que temos tratado o conhecimento histórico nas escolas brasileiras, notadamente as públicas
Aviso: Este não é um comentário sobre o filme Ainda estou aqui e a vitória (merecidíssima!) do Oscar. Quero me deter sobre os temas da memória e do esquecimento, aspectos centrais do filme, e o que eles suscitam sobre o conhecimento histórico e o ensino de história.
A assertiva “ainda estou aqui”, que dá título ao filme, remete ao fio de memória que resta no brilho do olhar de Eunice Paiva, já acometida pelo Alzheimer, quando vê a imagem de Rubens Paiva na televisão. O marido morto pela ditadura militar e sua luta por justiça ainda estavam lá, mesmo que numa última centelha de memória. A frase também remete, por óbvio, à obra de Marcelo Rubens Paiva que inspirou o filme, o escritor que viveu a tragédia política que se abateu sobre sua família, e sobre o povo brasileiro, ainda está aqui e registrou tais acontecimentos em livro.