(Foto: Adam Radosavljevic)
Vamos usar essa possibilidade concreta, real e gigante de ampliação da comunicação como parte integrante da Educação em Direitos Humanos
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Para nós, educadoras atentas e presentes no cotidiano da vida na escola e na sociedade, é difícil imaginar a concretização da educação, seja formal ou informal, sem um vínculo adequado com a comunicação.
Com o advento da conectividade e a abrangência das Tecnologias de Comunicação (TICs) é fácil acompanhar a ampliação de formas de interações entre os indivíduos, falas, vídeos, textos que fazem emergir grupos e pessoas historicamente excluídas, caladas, silenciadas.
Um mundo de possibilidades surgiu e isso interfere profundamente na forma de organização e expressão da sociedade.
Bacana! Ver ganhar espaço as pessoas excluídas, as diferentes, as diferenças...
Mas não podemos deixar de refletir e aprofundar o que vemos quando nos deparamos com um ambiente de constantes violências e ataques aos direitos humanos, que também emergem desse universo on-line trazido pelas TICs e a conectividade, numa velocidade incrível.
A democratização da educação nunca foi tão potente! Todo mundo tem acesso a tudo! O acesso à informação e a interação entre as pessoas ganhou uma escala inimaginável. Só que, com a mesma força, o ambiente on-line se configura como um espaço de violações dos direitos humanos, de disputa de poder, o que acentua as diferenças e tortura os indivíduos.
As populações negra, pobre, lgbtqiap+, as mulheres, as pessoas com deficiência e tantos outros indivíduos e grupos historicamente excluídos ganham espaço de expressão, marcam posições, falam com suas vozes sobre si mesmos, mas viram alvos de todo tipo de ataques, de desqualificação sistemática, pública, viral e sofrem com a violação de seus direitos.
A forma de interação mudou, mas o modelo de sociedade excludente permanece e ganha dimensão e visibilidade.
O desafio está posto!
Beber na fonte inesgotável de Paulo Freire certamente nos ajudará a lidar com ele.
Paulo Freire diz que se discriminamos os "diferentes" e as diferenças, embaçamos o olhar sobre elas. Nosso olhar estrutura a outra pessoa. Se não vemos, não escutamos, não conhecemos, não falamos (só do alto de nossa superioridade - de cima para baixo), nunca iremos interagir de forma positiva.
Quando nos achamos superior à outra pessoa, a diferente, temos a tendência de, automaticamente, desrespeitá-la.
Assim, nos vem a pergunta: como podemos evoluir na educação em direitos humanos com esses elementos emergindo na velocidade de um clik?
Ao unirmos o modelo de sociedade excludente, a disputa pelo poder e o ambiente on-line, assistimos e participamos de um espaço de deseducação e de violações dos direitos humanos.
O bom nesse cenário desafiante é que nossa essência inquieta de "ser mais" como já disse Paulo Freire, nosso "quefazer" constante, nos ajuda na busca da humanização e construção permanentes. E as TICs podem e devem ser um caminho eficaz nessa construção. O fomento à troca de informações e interações dos indivíduos, ajudam a transformar um processo linear de ensino e aprendizagem em algo com novos ambientes carregados de inovações e práticas, que atendam bem aos anseios da sociedade contemporânea.
Olhar atentamente para o que há e pode haver de positivo nas contribuições trazidas pelas novas tecnologias de comunicação às práticas pedagógicas em Educação em Direitos Humanos significa uma grande contribuição à sociedade e à vida em comum.
Entender o nosso papel nessa construção do respeito e do aprendizado com as diferenças é, seguramente, a trilha que devemos seguir.
Entender que não estamos sós na busca da efetivação de soluções imediatas, a fim de estruturar metodologias capazes de lastrear a operacionalização das novas tecnologias, direcionando o processo educacional desejado e necessário, bem como o combate à violação de direitos humanos.
Vamos usar essa possibilidade concreta, real e gigante de ampliação da comunicação como parte integrante da Educação em Direitos Humanos a fim de construirmos uma sociedade mais justa e mais feliz!
É para isso e por isso que estamos aqui. Para criar união.
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