quarta-feira, 21 de maio de 2025

A DESUMANIZAÇÃO DA ESCOLA - O mecanismo IDEB

Crédito: Tho-Ge/Pixabay

Para além da responsabilização docente, esse modelo consagra o ímpeto meritocrático-empreendedor, nos termos da escola corporativa, a face mais perversa: o isolamento da escola de sua totalidade e do seu ente humano em tempos de cimentação da barbárie

Rodrigo Coutinho Andrade

O IDEB, criado por meio do Decreto nº 6.094, em 24 de abril de 2007¹, é uma das faces do Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação. Uma nova agenda educacional no Brasil por meio da combinação intencional – não tupiniquim no espírito e na matéria, e próximo a uma galhofa vira-latista, vide os casos de suborno à estudantes² – de diferentes atores, da sociedade civil³ e política, para a melhoria da qualidade da Educação Básica sob uma dada lógica aferida – quantofrênica (Gaulejac, 2007).

quinta-feira, 15 de maio de 2025

A universidade refém do produtivismo

Imagem: SoU_Ciência (Unifesp)/ Meyrele Nascimento

Exame de uma universidade sem dinheiro e sem projeto. Pesquisas são repetitivas ou rendidas a modismos. Cai a renovação teórica, busca-se financiamento privado e pontuação. Com saberes apartados da sociedade, portas são abertas ao mercado

Pode-se afirmar que o fundamento que estrutura o meio acadêmico brasileiro é o da precarização, ou seja, a maior parte dos profissionais que produzem conhecimento científico o fazem em condições de extrema dificuldade. Não há muitas das condições básicas para a realização das atividades, seja em termos de estrutura física ou de pessoal, fazendo com que o pesquisador e seus colaboradores encontrem grandes dificuldades para realizar seu trabalho.

O trabalho esperançoso de ensinar

O ensino continua sendo um farol de esperança que traz oportunidades para superar as atuais condições de violência, desigualdade e desequilíbrio socioambiental. Foto La Jornada/Arquivo



Hoje, 15 de maio, o país homenageia uma comunidade profissional cujo trabalho é fundamental para construir as bases sobre as quais o desenvolvimento integral de toda sociedade se baseia. Dia após dia, os professores prenunciam as sociedades do futuro, não apenas por meio da transmissão de conhecimentos, mas também como pontes que conectam os alunos com a realidade de seus contextos, por meio de sua contribuição na formação de valores cívicos, bem como na consolidação de um ethos de convivência fraterna, pacífica e respeitosa, que se constrói na convivência em sala de aula e no testemunho de uma vida dedicada ao serviço ao próximo.

terça-feira, 13 de maio de 2025

ANALFABETISMO FUNCIONAL - A pior distopia é o aprisionamento pela via da privação: quando ler e escrever viram luxos

Crédito: PxHere

Como fazer com que os índices melhores, como fazer com que as pessoas leiam e escrevam bem, se muitos sites de notícias indicam o tempo previsto de leitura de determinada reportagem? Já não basta o livro ter se tornado artigo de luxo? Então a pessoa decide se vai ler, não pelo assunto ser interessante, mas pelo menor tempo de leitura?

Giam C. C. Miceli

Há poucos dias, foi noticiado um fato que, mesmo não sendo novo, é sempre digno de lamentação: cerca de um terço da população brasileira não tem acesso à escrita, à leitura e a cálculos básicos com uma qualidade mínima. O chamado analfabetismo funcional difere do analfabetismo, pois, no caso do analfabetismo funcional, as pessoas sabem ler e escrever, sendo que, no entanto, os atos de saber ler e saber escrever não ultrapassam a barreira de uma atividade meramente mecânica. Em outras palavras: as pessoas que se enquadram neste dado estatístico não exercem um domínio da leitura, da escrita e da matemática básica de modo que tais conhecimentos sirvam como ferramentas para que tais pessoas possam conduzir suas vidas cotidianas. É como se faltasse algo que não poderia, em hipótese alguma, faltar.

segunda-feira, 5 de maio de 2025

Três em cada 10 brasileiros são analfabetos funcionais

(Foto: Reuters)

O indicador classifica as pessoas conforme o nível de alfabetismo com base em um teste aplicado a uma amostra representativa da população

Laís Gouveia
brasil247.com/

Agência Brasil - Três em cada dez brasileiros com idade entre 15 e 64 anos ou não sabem ler e escrever ou sabem muito pouco a ponto de não conseguir compreender pequenas frases ou identificar números de telefones ou preços. São os chamados analfabetos funcionais. Esse grupo corresponde a 29% da população, o mesmo percentual de 2018.

A DESUMANIZAÇÃO DA ESCOLA - O mecanismo IDEB

Crédito: Tho-Ge/Pixabay Para além da responsabilização docente, esse modelo consagra o ímpeto meritocrático-empreendedor, nos termos da esco...