segunda-feira, 31 de março de 2025

A escola e o celular



Nonato Menezes

Bonito seria uma lei para “obrigar” as escolas a terem em cada uma de suas salas um jarro com planta. Imagine uma planta numa sala de aula, como objeto de estudo e conhecimento; e sendo cultuada pela beleza de sua folhagem, floração e aparência do caule? Uma samambaia, uma orquídea ou um cacto sem espinho, para não parecer agressivo. Uma revolução, eu diria.

Primeiro porque toda planta expressa uma vida. Vida um tanto diferente da nossa, é verdade, por exemplo, as plantas não pensam. Mas, não pensar, pode ser compensado por não disputar poder, não ser violenta, nem exalar mau humor. A planta é bela e útil em si mesma, e só tem uma exigência: não dispensa cuidado.

quarta-feira, 26 de março de 2025

Uma entrevista com o Ron Brown e suas reflexões sobre a universidade como conhecemos

Ronald Brown (Foto: Arquivo Pessoal/Sara York)

Brown dedicou sua carreira a transformar a realidade de atletas negros e a garantir que todos tenham acesso a uma educação de qualidade

Sara York
brasil247.com/

Com mais de 25 anos dedicados à defesa dos estudantes atletas, Ronald Brown, um dos pioneiros do movimento pelo bem-estar dos atletas, é uma figura crucial na luta por justiça no esporte universitário. “O esporte universitário precisa ser um caminho para o sucesso, não um obstáculo para o futuro dos atletas”, afirma Brown, que dedicou sua carreira a transformar a realidade de atletas negros e a garantir que todos tenham acesso a uma educação de qualidade. Seu trabalho, que abrange desde a criação de novas legislações até a implementação de programas de apoio acadêmico e desenvolvimento de carreira, transformou o cenário do atletismo intercolegial e moldou o futuro de milhares de estudantes atletas.

Precariedade docente: Remuneração e racismo estrutural II

Crédito: Antônio Cruz/Agência Brasil

Esse texto trata sobre os docentes de Geografia que lecionaram no Ensino Médio entre os anos de 2015 e 2022, tomando como base de dados para a exposição o Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) e, em alguns momentos, números do Censo Escolar da Educação Básica, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP)

Rodrigo Coutinho Andrade

O presente artigo dá continuidade ao que fora publicado no mês de fevereiro neste periódico. Nesta ocasião, o exame trata dos docentes de Geografia que lecionaram no Ensino Médio entre 2015 e 2022, tomando como base de dados para a exposição o Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) e, em alguns momentos, números do Censo Escolar da Educação Básica, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Vamos nos furtar, no momento, das premissas já abordadas, caminhando diretamente para o ‘objeto’ de estudo em si, mas utilizaremos elementos comparativos com o apresentado na ocasião mencionada acima.

Indo direto ao tema, podemos afirmar por meio do RAIS que ocorreu, entre 2015 e 2022, a retração quantitativa dos-as docentes de Geografia no Ensino Médio, com decréscimo contínuo entre 2016 e 2021 – somente em 2022 ocorreu variação positiva significativa, como entre 2015 e 2016, se aproximando ao total especificado para 2018.

segunda-feira, 24 de março de 2025

Ainda estaremos aqui?

Imagem: Nirjon Nakib

ANTONIO SIMPLICIO DE ALMEIDA NETO

É preciso, com urgência, considerar a negligência com que temos tratado o conhecimento histórico nas escolas brasileiras, notadamente as públicas

Aviso: Este não é um comentário sobre o filme Ainda estou aqui e a vitória (merecidíssima!) do Oscar. Quero me deter sobre os temas da memória e do esquecimento, aspectos centrais do filme, e o que eles suscitam sobre o conhecimento histórico e o ensino de história.

A assertiva “ainda estou aqui”, que dá título ao filme, remete ao fio de memória que resta no brilho do olhar de Eunice Paiva, já acometida pelo Alzheimer, quando vê a imagem de Rubens Paiva na televisão. O marido morto pela ditadura militar e sua luta por justiça ainda estavam lá, mesmo que numa última centelha de memória. A frase também remete, por óbvio, à obra de Marcelo Rubens Paiva que inspirou o filme, o escritor que viveu a tragédia política que se abateu sobre sua família, e sobre o povo brasileiro, ainda está aqui e registrou tais acontecimentos em livro.

terça-feira, 18 de março de 2025

Genocídio, antissemitismo e liberdade de expressão: o fracasso das nossas universidades

Protesto de acampamento na Universidade da Califórnia, San Diego (5 de maio de 2024). Foto de Gary Fields.

Ao longo dos últimos dezesseis meses, a esfera pública testemunhou um ataque aos direitos à liberdade de expressão e à liberdade de reunião, diferente de tudo desde a caça às bruxas comunista e o Lavender Scare de Joseph McCarthy na década de 1950. Não apenas funcionários do governo em todos os níveis estão participando dessa supressão de direitos básicos associados à Primeira Emenda. Os administradores universitários estão impondo diretivas de censura contra alunos e professores que têm se manifestado contra um ataque genocida perpetrado pelo Estado de Israel contra os palestinos de Gaza, que foi permitido e apoiado pelo governo dos EUA. A fonte dessa carnificina militar e a política de censura sendo tecida em torno desse ataque por funcionários do governo e da universidade derivam da influência penetrante de Israel e sua ideologia do sionismo na política e na vida cultural americanas.

O pensamento estético de Paulo Freire

Imagem: Escola Projeto 21 Educador via profunda dimensão artística no ato de ensinar. Nunca sistematizou estas ideias em livro. Mas uma revi...