Inocência, também é cultura. Cultura porque ela se origina e permanece nas pessoas e nas instituições. A inocência, quase sempre, se torna tão arraigada no imaginário individual e social que serve de escudo quando é para defender até o indefensável.
É inocente, por exemplo, quem defende que “o aluno é quem se reprova”, não ao contrário. Não é a Escola, com todos seus elementos constitutivos, que faz milhares de estudantes repetirem de ano. Diz a inocência que é o aluno que “escolhe” rever tudo de novo. É dele, então, a responsabilidade por não “ter aprendido o suficiente” e por não acompanhar seus colegas de turma na volta às aulas do ano seguinte em manifestação festiva.